sexta-feira, 23 de maio de 2008

Ggggrrrrrrrrrrrrr

Revolta to-tal.

Tava terminando o post mais inspirado dos ultimos tempos, fruto da minha propria falta de inspiracao, quando algum fucking pau no computador me faz perder tudo.

Sobrou apenas uma letra M na tela. O que sera?

Deve ser de "va a MERDA".

Nossa, que vontade de chorar. Soh porque eu tava deprimida de saudade; soh porque eu decidi falar da rua, do poder que a cor das flores tem em te fazer sorrir quando voce ta quase pensando em pegar o aviao e voltar; soh porque eu falei da saudade do Henrique (que esta me consumindo nessa luta de paz e tormento dentro de mim); soh porque eu falei da adoracao dos ingleses por bananas (e da incrivel dificuldade que eles tem em jogar as cascas no lixo); soh porque eu desabafei que os bombadinhos ouvindo trance no ultimo volume dentro do carro tambem aqui ficam desfilando pelas ruas achando que estao arrasando; soh porque eu contei que telefone publico na inglaterra manda SMS pra qualquer celular; soh porque eu disse que a library me encantou mais que a praia, que eu quero morar dentro dela e engolir todos os livros (mas que, mesmo assim, o computador com internet me seduz mais rapido e la fico eu gastando meus preciosos minutos de tempo livre)... soh por causa disso, esse computador resolveu engolir as minhas palavras soh pra ele.

Tambem nao falo mais. Eu bem que tinha decidido mesmo, enquanto andava de volta pra casa, que deveria ficar num momento (longo) de silencio. Silencio total. Quem mandou ser teimosa?

Saco, viu. A tecnologia as vezes me irrita.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

O agora, o depois

Meus bons amigos, onde estão?

Notícias de todos quero saber...

Cada um fez sua vida de forma diferente

Às vezes me pergunto: Malditos ou inocentes?


Meus bons amigos, onde estão?

Notícias de todos quero saber...

Sobre nossos ombros aprendemos a carregar

toda a vontade que faz vingar

no bem que fez prá mim

assim, assim, me fez feliz, assim



O amor sem fim

Não esconde o medo

De ser completo e imperfeito

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Amores meus... que vontade de saber de todos, de cada um de forma especial e unica, assim como sao voces pra mim. Que vontade de mandar cartas detalhadas, enormes, dividir tudo. Que vontade de ter noticias, de participar, de estar presente. Que vontade de estar junto. Que vontade de matar a saudade. Que vontade de nao perde-los nunca mais de vista!

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Por aqui tudo bem, tudo otimo... As vezes sinto um vazio, alguma coisa que ainda precisa ser preenchida e eu nao consigo saber o que eh, parece que falta algum ponto importante no meio dessa mudanca toda. Pode ser a minha espiritualidade, mas nao sei como resgata-la. Ou melhor, ate sei, mas continuo sofrendo de um problema agudo chamado indisciplina. Quando eu resolver me dedicar efetivamente a descobrir o meu papel nesse mundo baguncado, acho que estara tudo certo, tudo encaminhado. Mas as respostas nao irao bater a minha porta. E eu quero muito saber.
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Estou comecando a me encher de limpar o cassino, mas nao ha nada que eu possa fazer alem do que ja tenho feito: procurar outros empregos. Faco isso todos os dias, de todas as formas. Me cadastro em sites, entrego CV de porta em porta, falo com todo mundo, respondo a anuncios e tudo mais. Recebo ligacoes direto, com todo tipo de trabalho: ja tive ate que recusar um muito bom em uma grande companhia, por ser em outra cidade. Eles queriam alguem que tivesse portugues fluente e experiencia com customer service. Seria otimo, mas nao to a fim MESMO de mudar de cidade agora, ainda mais depois de pagar 6 meses de escola. O outro problema eh ser chamada por telefone para alguma entrevista. Voce ja eh recusado antes mesmo de comecar, porque ainda que o seu ingles esteja ficando cada dia melhor, nao pense que falar no telefone eh a mesma coisa. Especialmente o ingles britanico. Sometimes you just can't understand, really. It's horrible.

Eh engracado como minha auto-confianca aqui tem sido voluvel. Ha dias em que me sinto a pessoa mais capaz do planeta, faco zilhoes de contatos, saio conversando com todo mundo com um ingles bem razoavel e tal. De repente, sem nenhum motivo muito visivel, me sinto o coco do cavalo do bandido, uma caipirona com um ingles trash, meio fora do lugar, nao sei explicar. Talvez seja normal nesta situacao de estar fora do seu pais, mas quero aprender a controlar mais esses altos e baixos, porque nao eh saudavel, nao eh legal.

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Essa semana tem uma coisa/pensamento/sentimento muito presente na minha vida, nas minhas trips particulares:

- Nao to sabendo lidar com o tempo, ou melhor, com a nocao que eu tenho do tempo, e o que eu espero dele. Meus planos enquanto estiver fora do Brasil tem crescido cada vez mais dentro do meu coracao e da minha cabeca, mas nao sei como organiza-los. Quero viajar muito, quero fazer coisas, nao quero passar 1 ano fora de casa APENAS estudando. Ta bom, eu vou aprender ingles, sempre foi o objetivo number ONE, mas eu PRECISO fazer mais. Eu preciso conhecer lugares e culturas. Preciso ir pra India ou pra Africa, e de preferencia para os dois. Preciso passar um tempo na Espanha, preciso conhecer a Grecia, preciso pisar no Oriente. Preciso aprender a aceitar habitos diferentes com amor no coracao, e nao com indignacao. Preciso fazer pelo menos uma crianca-sem-comida-sem-infancia-e-quase-sem-vida mais feliz. Preciso ir pra Australia. Preciso aprender mais uma lingua alem do ingles. Preciso ir ate para os Estados Unidos, para me sentir confortavel com as diferencas do ingles. Ah, tambem preciso estudar mais. Sei que parece impossivel, que eh querer abracar o mundo, que eh utopico, piracao, viagem. Mas nao eh! Nao tem que ser. Depois que voce sai do Brasil, tudo fica mais facil. Muito, muito, muito mais facil. Se voce nao tem que voltar pra faculdade, nao tem filhos, nao eh casado, nao deixou um emprego brilhante, entao... tem tudo nas maos. E eu tenho. Mas nao eh tao simples assim... (e olha que nao estou falando de dinheiro).

Tenho um dilema com relacao a minha carreira, ao que fazer dela, ou como comeca-la do zero quando eu voltar. Obviamente, quanto mais eu demorar pra fazer isso, menor serao minhas chances, especialmente por estar usando infinitamente mais a forca dos meus bracos do que do meu cerebro. Alem disso, nao sei muito bem o que eu quero, nunca soube com exatidao. Sei que eu quero milhoes de coisas, mas nao sei o que eu quero fazer pra sempre (alem de ser feliz). O que adianta eu voltar pro Brasil e entrar - de novo - no primeiro emprego que me aparecer, sem saber se aquilo realmente me interessa? Mas sera que essa viagem vai me dar alguma certeza? Penso que sim mas, ate agora, soh tenho certeza de que nao quero limpar banheiros por muito tempo (conclusao muito dificil, esta).

O outro ponto eh o AMOR. Como tomar a decisao de passar muito mais tempo longe, se tem alguem me esperando, alguem com quem eu quero passar a vida toda? Por mais forte que seja, ninguem esta disposto (e nem merece) ficar nessa espera angustiante por anos a fio. Mas como decidir entre desejos tao profundos? Como saber do que abrir mao? Como nao correr o risco de jogar em cima de alguem uma futura frustracao, sem ter que desistir dela?

Bom, soh to aqui ha 2 meses. Respire ate 10 que passa, Julia.

sábado, 10 de maio de 2008

Vencendo o Cansaco

Nao quero abandonar meu espacinho de devaneios, nao quero!!! Mas ta tao dificil suportar o cansaco fisico, que nos unicos momentozinhos que eu tenho livre, nao me sinto com forcas pra escrever!

E ta tudo tao gostoso.... Mais uma vez, preciso dizer que o clima de verao inundou a existencia das pessoas... parece que os ingleses passam o ano num casulo, apenas esperando pelo sol. Quando ele sai, todo mundo se liberta junto.

A praia eh o lugar mais democratico que eu ja vi: todas as nacionalidades, todas as linguas se misturando, figuras de todos os tipos. Todos. As inglesas se destacam: a maioria esbanjando uma beleza artificial, que nao deixa de ser beleza. Muita maquiagem e cabelos de chapinha em pleno sol do meio dia, e isso nao me agrada, mas o conjunto que se forma acaba sendo gostoso de ver.

Os ingleses me dao nos nervos. Preciso com urgencia conhecer algum legal, porque todos me parecem absolutamente bobos. Ou sao de alguma tribo descendente dos EMOS, sempre de preto e com a franja cobrindo os olhos, alem das calcas extremamente justas (o que te da uma certa dificuldade em descobrir o sexo do individuo), ou sao branquelos bombados de academia, sempre falando alto coisas absolutamente idiotas. Tem tambem os mais riporongos, que exageram um pouco no estilo "peh-sujo" de ser (e olha que eu gosto, hein) e ficam parecendo meio esquizofrenicos no fim.

Mas eu simplesmente AMO essa diversidade doida que a gente ve ainda mais clara nas areias (cheias de pedra) da praia. E nos gramados dos parques (que sao muitos, e lindos. Totalmente coloridos de gente, e de flores). Me sinto feliz. Sinto um desejo muto grande de conhecer o mundo. O mundo inteiro.

O cansaco dos trabalhos ta se acumulando e eu comeco a ficar preocupada com a minha alimentacao... comer salada eh algo muito, muito raro, frutas eu nao vejo ha mais de um mes, e de resto eh tudo congelado, estranho. To com um desejo louco de arroz, feijao, farofa, abobrinha refogada, suco de maracuja feito na hora, arroz doce, melancia gelada, salada de alface, rucula e agriao e temperada com muito limao. Ai, ai. Vou dormir que eu to com fome.

Dia 30 vou pra Escocia com os meus queridos companheiros de aventura, e mais uns colmbianos que eu nao conheco ainda. Claro, soh eu de mulher, pra variar. Mas nao tenho culpa, eu sempre fui meio moleque mesmo... to adorando, to feliz, mas confesso que sinto falta das minhas garotas queridas, que eu nao posso nem comecar a citar nomes pra nao dormir aqui em cima do computador.... mas elas sabem quem sao. Todas elas. Meus amores, minhas queridas de quem eu sinto uma saudade louca, profunda, e as vezes me pego rindo sozinha pensando nos comentarios que sairiam em cada situacao.

Nao importa o quanto eu esteja longe, e nao importa o tempo que eu fique aqui. Meu coracao sente voces todos mais e mais forte aqui comigo, todos os dias. E, ao mesmo tempo que me da vontade de chorar, me faz sorrir. De pura felicidade.

Sou a pessoa mais feliz do mundo!

quarta-feira, 7 de maio de 2008

A Paz...

... invadiu o meu coracao

De repente, me encheu de paz

Como se o vento de um tufão

Arrancasse meus pés do chão

Onde eu já não me enterro mais...

A angustia vai e vem, mas eh pura saudade.... nada preocupante, acho que nada mais que o normal.

Tudo caminhando bem: a escola ajuda muito (no ingles e na convivencia com as pessoas), o(s) trabalho(s) esta(o) massacrante(s) mas eh necessario, os amigos se tornando cada vez mais amigos. E o coracao cada vez mais alegre.

O tempo influencia mesmo no nosso estado de espirito. O Sol esta brilhando, ja nao consigo colocar casaco; dormi na grama de um parque pra sentir o calor na pele (e, talvez pela primeira vez, me senti mesmo numa cidade da Europa) e acordei com o cara cortando grama em cima de mim; estou empolgada com a viagem pra Espanha (consegui companheiros de trip mais do que especiais pra me aguentarem no show da Shakira); falei com a minha mae no telefone por mais de uma hora seguida enquanto trabalhava e tomei bronca do chefe; quase mudei pra casa de um amigo querido de quem eu nao consigo mais ficar longe mas com quem eu nao posso mais conversar tanto em portugues porque isso atrapalha nosso improvement; brigo horrores com o Henrique pelo telefone mas no final tudo acaba bem porque acreditamos no poder desse amor doido e lindo; nao emagreci ainda por alguma praga, ja que nao como e nao durmo direito ha semanas; vou sair amanha e me permitir tomar mais uma pint pra ver se meu figado aceita; acabei de sair da aula e estou indo curtir a praia e, por isso, nao vou ficar aqui nessa sala escura wasting my time.

Ta tudo muito bem, ta tudo muito bom.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Saudade. Felicidade. Um pouco de dor.

Meu coração transbordando de coisas, e ninguém pra eu falar. Ninguém pra dividir. Ninguém pra abraçar. Minha vida mudando, minha alma se enchendo de coisas, minha cabeça criando, meus olhos observando o tempo todo, e nenhum abraço.
Nenhum abraço.
Nenhum abraço.

Sinto saudade, mas não pra voltar.

Estou feliz, mas quero companhias de alma, de estado de espírito, alguém pra compartilhar a maravilha que é viver.

Não estou sozinha, mas está faltando alguma coisa.

E essa falta está me apertando o peito.