quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O Bom Filho à Casa Torna - II

Voltei, e dessa vez tem que ser pra ficar.

Fiquei todo esse tempo me cobrando por ter largado o blog, mas re-al-men-te não sobra energia, nem tempo, e nem computador eu tinha.

Agora não tenho mais essa desculpa, investi os frutos desse ritmo louco de trabalho na minha primeira aquisição (material, evidentemente) desses tempos de Inglaterra: meu laptopzinho, fofo, ombro mais fiel das minha lamúrias e desabafos de toda natureza. :-)

Confesso que a preguiça arrasa com a minha vontade de escrever, mas o tempo está passando, a vida tá acontecendo, eu continuo morando fora do meu país e vivendo uma experiência única, e não posso deixar isso tudo passar em branco.

Antes de mais nada, então, diante dos longos dias de abandono, o "overview" se faz necessário. De novo.

Trabalho(s)

Estou com dois empregos agora e, por isso, sem tempo pra quase nada. Há dias em que faço mais de 12 horas, dividindo 6 no trampo da manhã e 6 no da noite... Parece muito, mas com um intervalinho no meio da tarde pra eu dormir ou fazer outras coisas até que não é tão foda de encarar. E não adianta: eu, como boa taurina, prefiro me jogar no trabalho do que ficar no perrengue. Cansei, definitivamente, de perrengue. Não que eu esteja com a intenção de fazer grana, de comprar altas coisas, ou de fazer uma super poupança pra investir em algo no Brasil. Nada disso, embora - claro - um dinheirinho seja sempre bem-vindo. Mas tô falando só sobre uma zona de conforto, de não ficar sempre no gargalo, de poder sair e pegar um taxi sozinha a hora que eu bem entender pra voltar pra casa, dar uma viajada eventualmente, essas coisas. E como aqui a vida não é das mais baratas, o jeito é trabalhar assim mesmo. Tudo bem que eu acho que não dá pra aguentar muito tempo nesse ritmo (pelo menos não é dos mais saudáveis), mas por enquanto eu to levando na boa, então "let it flow".

Continuo no "asilo", tive um problema sério lá e achei que tinha perdido o emprego, mas no fim as coisas mudaram de figura e eu acabei ficando. Depois conto direito a história, porque ela vem de um fato que gera um post exclusivo, mas enfim... continuo com meus velhinhos 6 dias por semana, todas as manhãs. Ficaria com eles por todos os meus dias aqui em Bournemouth, desde que eu não tivesse que limpar os apartamentos. Mas eu tenho. E não aguento mais. Simplesmente não suporto, tenho crises de querer largar tudo e sair correndo, não quero mais fazer limpeeeeeeezaaaaaaaaaaaaaaaaa!

O bom é que, quando eu tenho esses ataques, tomo vergonha na cara eu começo a procurar outros trampos. Passo a passo, sem tanta pressa. Se eu for pra qualquer restaurante, bar, café, qualquer coisa que eu não precise faxinar loucamente, já to achando liiiiindo. E isso é o que não falta aqui, eu é que tenho um problema ridículo de (falta de) auto-confiança e náo me achava capaz de trabalhar assim, tãããão diretamente com o público, porque não conseguiria entendê-los, e tal. Maior viagem. Comecei a trabalhar num bar/restaurante aqui na frente da minha casa e to simplesmente amando. Foi uma piração da minha cabeça mesmo, mas agora que eu quebrei o tabu vou conseguir sair do asilo very soon.

O trampo no restaurante tá sendo ótimo por várias razões, é exatamente em frente à minha casa; eu pratico inglês simplesmente all the time; um dos donos é praticamente um pai pra mim aqui (a outra dona é uma turca mal-humorada, mão de vaca e paranóica, mas o Majid compensa a imbecilidade dela); tenho organizado umas festas que estão dando suuuuper certo e isso me alivia um pouco da frustração de não fazer nada do que eu gosto, profissionalmente falando; eu economizo horrores com alimentação e como turkish food (que eu amo mais do que eu imaginava) a hora que eu quiser, e coisas desse tipo.

Casa

Ainda estou morando na mesma casa que eu morava com o Rafa, mas agora divido o quarto com uma loira bafônica linda! =) Anos depois de dividirmos o apê na São Gonçalo, quem diria, eu e Elô aqui de novo, juntinhas, dessa vez versão Europa. Tudo bem que eu to um pouquinho cansada de dividir quarto, casa e tudo, mas não há outra pessoa com quem eu admitisse dividir o teto neste momento (com exceção do Henrique, com quem eu dividiria até meio metro debaixo de uma ponte), que não ela. Já conhecemos direitinho os defeitos e virtudes de cada uma, manjamos o humor uma da outra na primeira olhada, fazemos comidinhas gostosas, choramos de soluçar com filmes românticos, nos cuidamos e nos puxamos a orelha quando é preciso (pra dar uns choques de realidade). Fiquei doente esses dias e, realmente, não sei como seria se ela não estivesse aqui. Eu estava a ponto de pegar um avião direto pro colo da minha mãe, pra sopinha e cuidados dela. Mas a Elô tava aqui e segurou muito, mas muito bem as pontas.

A gente queria continuar aqui na casa, mas tá ficando impraticável de caro, porque temos que pagar pelo gás, que é o que esquenta a água, o aquecedor, o fogão e tudo mais. Com o frio, gasta-se o dobro, mas a gente não tá podendo. Lá vou eu mudar de novo... haja paciência! Nessas horas dá vontade de aproveitar e mudar de país, ou de cidade no mínimo, mas enquanto minha cabeça estiver borbulhando de idéias ainda meio nebulosas, acho mais seguro ficar aqui paradinha.

Amigos

Gente boa (demais) ao meu lado nunca faltou, graças a Deus tenho esse presente na minha vida, os bons amigos... mas ultimamente tem rolado uma troca muito boa com a nossa "turma misturada". Suíços, franceses, venezuelanos, italianos, turcos e brasileiros, juntos todos os dias, dividindo jantares, cervejas, idéias e cultura. Nada de papos super intelectuais e inteligentes o tempo todo, mas a convivência tão intensa e mesmo as bobagens que a gente fala numa mesa de bar ou no fim da balada vão mostrando as nossas diferenças e semelhanças e isso é simplesmente apaixonante. É um jogo de descobrir coisas, dia a dia, e não tem como negar: é o que faz toda a saudade valer a pena.







Saudade

O sentimento muda, aperta, dá força ou tira o fôlego. Mas está presente todos os dias, todos os segundos, e não me deixa esquecer do Brasil nem por um momento. E isso, no aspecto racional da coisa, não é tão bom assim. Mas eu sou movida a emoção e essa, em especial, é o meu combustível pra organizar os planos, colocá-los em prática, e voltar logo pro meu ninho.

Amor, amor, amor.

5 comentários:

Laura Aidar disse...

adorei!!...
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muito bom saber de vc de uma forma mais consistente...pelo msn é meio foda né..sei lá..e tb q eu ultimamente tenho monopolizado um pouco o tema das nossas conversas...rsrs...
enfim..felizfeliz de saber q estás bien!!
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beijo grande da amiga de sempre SEMPRE...

Anônimo disse...

uhnf!!
num vem mesmo então né...
já to me arrependendo de ter comprado a passagem...
que bom que voltou a escrever, praticar e não esquecer dos outros que estão longe!!
tem um outro que adoro, talvez sirva de inspiração, base ou troca... leia de verdade: http://loiraloca.blogspot.com/
Vai gostar...
beijo e até breve;

Má / Sóc's disse...

Júúúúú... que bom que vc voltou a escrever.... tava "tintindo" sua falta!!!! Agora comprou um lap e não tem mais desculpas!!! hehehehe...
Linda, fico feliz em saber que está tudo bem aí.... que vc tá morando com uma amiga... que vc já adiquiriu confiança com seu inglês (eu tinha e tenho certeza que seu inglês está ótimo).... feliz que tá td certo por aí... enfim, feliz q vc tá feliz......
Mais uma vez tenho que falar... curta muito aí... viaje muito, coma muito queijo, beba muito vinho (vá pra França, Itália)... aproveita flor....
milhões de bjsssssss

Paula Santomauro disse...

Eiiiiiii! Quer dizer que somos vizinhas??? Eu moro em Londres :)

A-ha, jpa descobri quem te "me" indicou, este seu amigo Rafa que me deixa comentários absurdamente sinceros.

Agora vou ler-te tb!

Nice to read you ;)

Unknown disse...

ahhhhhhhhhhhhhh
como eu amoooo
melhor escolha que fiz na vida foi vir ficar aqui juntinho de vc minha flor
obrigada por tudo linda, de verdade.
estamos nas oropas juntinhaaaas!!! uhuuuuuuu
que bafoooooo
kkkkk
amo amo amo